domingo, 29 de maio de 2011

Obras do autor Álvares de azevedo :



  

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Para os interessados em uma das maiores obras do autor Álvares de azevedo "Lira dos vinte anos " o link abaixo :
http://www.fuvest.br/download/livros/lira.pdf

Álvares de Azevedo me surpreende muito com seus poemas,bastante profundos e acredito que surpreende a muitos pois ele é conhecido como um dos melhores do mundo e sua obra:Lira dos Vinte Anos também.É um livro maravilhoso onde estão presentes vários poemas do autor.Álvares mostra que sofre muito com a perda de seu amigo e de seu irmão,mostra seu lado angelical, mais ingênuo na primeira parte.Onde também mostra uma mulher virgem mostra seu lado amoroso,garoto.Ele também mostra seu lado amargo, sombrio,seu desejo de morte onde o leitor começa a pensar totalmente diferente, gerando idéias confusas.Se baseia na geração Ultra-Romântica. O poema que eu acho mais marcante é “Se eu morresse amanhã” onde ele descreve sua própria morte.
         Vale apena ler !






   


Minha Desgraça (Álvares de Azevedo)

Minha desgraça não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco,
E meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco...
Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro...
Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que o meu peito blasfema,
É ter para escrever todo um poema
E não ter um vintém para uma vela.


Adeus, Meus Sonhos! (Álvares de Azevedo)

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!



  MORENA


É loucura, meu anjo, é loucura
Os amores por anjos… bem sei!
Foram sonhos, foi louca ternura
Esse amor que a teus pés derramei!

Quando a fronte requeima e delira,
Quando o lábio desbota de amor,
Quando as cordas rebentam na lira
Que palpita no seio ao cantor…

Quando a vida nas dores é morta,
Ter amores nos sonhos é crime?
E loucura: eu o sei! mas que importa?
Ai! morena! és tão bela!… perdi-me!

Quando tudo, na insônia do leito,
No delírio de amor devaneia
E no fundo do trêmulo peito
Fogo lento no sangue se ateia…

Quando a vida nos prantos se escoa
Não merece o amante perdão?
Ai! morena! és tão bela! perdoa!
Foi um sonho do meu coração!

Foi um sonho… não cores de pejo!
Foi um sonho tão puro!… ai de mim!
Mal gozei-lhe as frescuras de um beijo!
Ai! não cores, não cores assim!

Não suspires! por que suspirar?
Quando o vento num lírio soluça,
E desmaia no longo beijar,
E ofegante de amor se debruça…

Quando a vida lhe foge, lhe treme,
Pobre vida do seu coração,
Essa flor que o ouvira, que geme,
Não lhe dera no seio o perdão?

Mas não cores! se queres, afogo
No meu seio o fogoso anelar!
Calarei meus suspiros de fogo
E esse amor que me há de matar!

Morrerei, ó morena, em segredo!
Um perdido na terra sou eu!
Ai! teu sonho não morra tão cedo
Como a vida em meu peito m
orreu!

                                           Álvares de Azevedo

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